Os sorrisos são infelizes e os choros
transbordam em contentamentos
As verdades transitam em seres falsos e as mentiras em frases
verdadeiras
Os prazeres vasculham toda a casa em passos desanimados e
lentos
O amor
sem escrúpulos nasceu em um oceano imerso às gélidas fogueiras.
Os pecadores de alma limpa vivem serenos e avessos aos plausíveis
pecados
Os ladrões
esbanjam bondade em meio à compaixão e atos perfeitos
A sinceridade reina irretocável em um lago intransparente
com seres dissimulados
A prestigiada
amizade te socorre em mãos falsas e engrandece os teus defeitos.
As loucuras coerentes discursam em mentes sanas e
convencem em suas ideias
A solidão
de bem com a vida está à vontade na piscina repleta de amizades
A coerência se afoga em perturbações incoerentes e diz
frases sem nexo à plateia
Reclusas
e sem brilho algum em teus olhos tristes as depressivas vaidades.
A fraqueza distribui energia e as doenças sorriem pelo
hospital desenvoltas
A pobreza
reside em luxuosas mansões e os ricos pedem abundantes esmolas
Os oceanos viraram regatos e estão levando às famílias
suas míseras gotas
A liberdade
em prisão perpétua foi trancafiada dentro de infinitas gaiolas.
Os segundos são eternos no transcorrer intransponível de
um instante
Os anos
tornam-se séculos aos olhos de idosos que não enxergam
A humildade com sorriso cínico transpira arrogância em
orgulhoso semblante
Os desejos
nascem frios no lago demasiadamente frígido que navegam.
As preocupações excessivas amanhecem de braços cruzados e
indiferentes
Os leigos
são intelectos com seus livros nas mãos em uma terra ignorada
Os valentes não saem de casa por causa das pernas
trêmulas e medos latentes
E a
coragem em homens inseguros e covardes é visivelmente notada.
A pureza em trajes imundos foi esquecida às mínguas nas
ruínas de uma igreja
A destreza
aos tropeços e embaraços perambula afoita sem saber como agir
No obscuro existem luzes clareando um vazio preenchido na
alma que peleja
E na
multidão de apenas um homem, palavras estagnadas bem na hora de partir.
A grandeza é tão pequena e acanhada, que nem a vejo em
meu quintal chegar
A
serenidade das injúrias contentam os impensáveis e concretos pensamentos
A calmaria em minha vida permanece impaciente nas
profundezas rasas do olhar
E a minha felicidade reina por ruas infelizes em dias de escuridão e
tormentos.
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