Os meus olhos atentos e felizes certamente bem poucos viram
Pois numa reclusão sistemática em minha casa quase nunca contemplava o pôr do sol.
Comecei a reparar inúmeros e lindos sorrisos pelo empoeirado e extenso caminho
Percebi a almejada alegria em cada convidativo e acanhado cantinho
Com as luzes que me guiavam como barcos perdidos ao imenso farol.As portas enferrujadas foram completamente escancaradas pelas mãos dos inimigos
Tornando isso de fato meu singelo e único abrigo
Onde eu repousei por toda a tarde em uma cama improvisada.
Com estupenda serenidade eu fui abrindo aquele antigo portão
Um sarcástico sorriso entre os lábios para a fria solidão
O corpo forte novamente aos braços de minha eterna amada.
As mágoas destrutivas de minha alma foram derrotadas e expulsas
As tristezas avassaladoras estão plenamente afoitas e confusas
Porque o meu corpo tornou-se um templo imenso e impenetrável.
Nesse instante eu passeio com filhos e esposa seguro e confiante
Os medos invariáveis que sentia não molda mais o meu semblante
Posso pisar firmemente no chão de asfalto rígido e inquebrável.
O ânimo acordou perplexo desse sono deveras triste e profundo
Os pesadelos macabros e dilacerantes extinguíram-se de meu turbulento mundo
Foram invadir mentes impregnadas de pessimismo e pouco amor à vida.
As manhãs e tardes desse inverno com muito mais vigor eu aproveito
Os pensamentos negros eu lancei ao abismo,me livrei em definitivo desse cubículo estreito
Disposto e com muita esperança,sem os temíveis sinais da horrenda ferida...
Alexsandro Menegueli Ferreira
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