quinta-feira, setembro 12, 2019

MORTO 14-08-2019

Entrego-me a ti nessa noite pálida
Sucumbo à vida sem nenhum pudor
Imerso em seus ares, às cinzas vivas
Um cárcere seguro, mas cheio de dor.

A revoada dispersa em tua direção
O gole mortífero e o sangue amargo
A vista solitária da esquecida janela
Um percurso longo e o último trago.

Cânforas, incenso, lírios, enxofre
Abismos internos como furacões
Risos contínuos no andar de baixo
Verdades, mentiras, caos, ilusões.

Pulsos cortados, pescoços, crânios
A interação melancólica e sentida
Vias complexas cujo fim se espera
A página amarela por eles não lida.

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