sábado, agosto 04, 2012

NOITE DE TERROR (04/08/12)

A noite sombria começa com o zunir estrondoso dos ventos rebeldes pelas longas esquinas
Ofegante e assustado eu vou seguindo com as pernas trêmulas perdido entre as densas neblinas
Que encobrem de cinza escuro toda a cidadezinha pacata de mistérios assoladores e incontáveis.
Em míseros minutos já posso ouvir os tenebrosos gritos vindos de lugares fúnebres e incertos
Não posso fraquejar nesse momento,e por isso me arrasto com dificuldade por caminhos ainda não descobertos
Mas ao cruzar um frágil e pequeno casebre,me deparo com dezenas de criaturas demoníacas e miseráveis.

Elas vão se aproximando bem devagarzinho e sussurrando frases incompreênsíveis
Ouço risadas amedrontadoras e barulhos ensudercedores por seres macabros e invisíveis
Respiro com dificuldade e busco profundamente minhas últimas energias para correr em direção a alguma pequena porta.
Percebo ter chegado ao fim da linha me deparando com um gigantesco e apavorante cemitério
Os monstros se aproximam cada vez mais e sem hesitar eu entro sem sombras alguma de refrigério
E encontro túmulos e morcegos por toda a parte que petrificam o meu corpo e a minha alma morta.

O meu tempo está quase terminando,e o meu único pensamento é prolongar a minha vida monótona e incolor
Grito ainda em desespero abundante chamando os meus antigos amigos,mas estou solitário nesse mundo de tanta dor
Afoito eu pego um pedaço de ferro enferrujado e aguardo com muito medo os inimigos para a grande batalha.
Eles arrebentam o portão de aço e com fúria arrebatadora seguem cuspindo sangue em minha direção
A adrenalina percorre por todo o meu peito,e enfurecido golpei-os letalmente em uma estratégica posição
Mas dei as minhas costas em um descuido idiota,e agora será difícil escapar da temível e escura mortalha.

As mãos enrugadas rasgam as minhas vestes e vão devorando a minha face como hienas vorazes em carniças
Luto bravamente com todas as minhas forças,mas estou tão fraco quanto àquelas frágeis esverdeadas hortaliças
Espectadoras exclusivas do massacre e extermínio de um homem incompreendido e abandonado descalço ao relento.
Com o rosto desfigurado eu tento pela última vez me desvenciliar das aberrações em um heróico subterfúgio
Estou completamente cego e fragilizado,e já ouço as batidas cadenciadas de um enigmático e antigo mocúgio
Avisando a quem queira ouvir:Que mais um cadáver está prestes a ser oferecido aos deuses implacáveis do tormento...
                                         http://alexmenegueli.blogspot.com.br/
           

5 comentários:

Unknown disse...

Um magnífico relato, forte, arrepiante e profundo, aos bons entendedores... Escreves com uma verdade, que podemos sentir daqui... Bom demais... Muito grata pela gentil visita na Mente Florida... Estarei seguindo tua mente brilhante.... Obrigada, beijos azuis

Menegueli disse...

Obrigado pelo tempo dedicado à essa poesia e pelo comentário.Que bom que gostou do texto,espero que volte e contemple mais poesias ok"O começo eu resgatei de meu pesadelo recente,acordei e escrevi os primeiros versos...Depois fui complementando e tive que penetrar nesse horrendo cenário.Abraços

Rafael Castellar das Neves disse...

Muito bom, Alexsandro! Gostei dos seus textos..

[]s

Arnaldo dos Santos Norton disse...

Gostei de todas as poesias que li ! Nota-se o desassossego natural dos poetas ! Parabéns pela forma agradável como escreve.
Um abraço.

Cristina Oliveira disse...

Uau! Adorei o seu poema!!
Parabéns!!

queriadeti.blogspot.com