sábado, junho 13, 2020

LABIRINTO NO NEVOEIRO 03/03/2020

Traços. Rabiscos. Olhos que nada veem
Calmaria. Inércia. Imerso em rios revoltos
Ave contra o vento. Textos que não se leem
Fuga da caverna. Alheios, ao medo envoltos.

Choros. Risos. Tão certo quanto o infinito
Loucura. Lucidez. O vigor da intolerância
Indiferença velada. Portão, a mim, restrito
Força propulsora. Reflexo da insignificância.

Tardes. Melancolia. Horizonte cinza, simétrico
Deuses. Mitos. Imposições compassadas na voz
Sujeira em teto de vidro. Gesto prozaico e tétrico
Mundo triste e hostil. Conduta penosa e atroz.

Estradas. Desertos. E a cachoeira ali, abundante.
Sussurros. Gritos. A plenitude em sua revoada
Labirinto em um nevoeiro. Juízo, a muitos, infante
O túmulo para si próprio. O alvo na sua emboscada.

Nenhum comentário: