sexta-feira, setembro 06, 2019

COLAPSO 24-06-19

Há um colapso nesse instante duradouro. Há brigas
constantes entre os milhões de seres que se extinguem
a cada segundo. As respostas são ínfimas perante tais
questionamentos. E a luta comigo parece não ter fim.
Não sei onde estou. Tudo parece tão estranho. Consigo
vislumbrar mundos tão diversos e não faço moradia em
nenhum. As convicções começam querer abandonar a
embarcação. E eu imploro aos seus pés para que
fiquem mais um pouco. As minhas lágrimas já se
 tornaram insignificantes. Corriqueiras. Indiferentes.

Eu consigo ainda enxergar a sombra imponente do
 objetivo. Vejo seu sorriso e olhar tão doce e acolhedor.
 Mas me parece algo intangível. Será que um dia sentarei
 ao seu lado, e juntos, colheremos os mais belos frutos?
 Busco isso a todo instante, mas me parece que as armas
 são insuficientes.  As cercas estão crescendo a todo
instante. Eu mesmo faço o serviço já no modo automático,
 e sigo nessa linha tênue entre o fracasso e o tédio.

Os vultos nas paredes já não me assustam mais como há
 20 anos. Tornaram-se colegas nas frias madrugadas.
Posso até dialogar por minutos ou até mesmo por  horas,
 com eles. Ainda não consegui decifrar os códigos desse
 enigma. Não sei o que pôde ter acontecido ou o que
ainda está acontecendo comigo. A minha força está se
 findando e o futuro não me parece nada agradável.

Eu grito, às vezes, alto para aliviar essa dor, esse
 desconforto em minha alma. Eu uso a racionalidade a
 todo segundo, mas ainda falta algo pra preencher o
 vazio absurdo que sinto. Nem esse suposto conforto
 religioso o Universo me permitiu. Talvez se fosse menos
 pensante, estaria nesse mar de faz de contas...

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